A Rússia ganha pontos entre as ex-colónias portuguesas

(Hugo Dionísio in Strategic Culture Foundation, 24/05/2024)

Portugal falhou, como falha a União Europeia, como falham os EUA, em ver, no mundo multipolar, um mundo sem nações indispensáveis, o seu futuro, o nosso futuro.


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Está ao rubro a luta pelo domínio das principais fontes minerais do mundo. Como não poderia deixar de ser, essa luta é mais intensa nos locais onde a acumulação de riquezas mais se faz sentir: África Subsariana e Médio Oriente. O problema é que esta luta está a fazer movimentar as placas tectónicas, provocando o pânico entre as hostes pró EUA/NATO/UE.

O aprofundamento das relações entre a China e os países do Sul Global e dos africanos, em particular, acompanhada pela intervenção da Rússia no continente africano, iniciando um combate eficaz ao terrorismo, o mesmo terrorismo que justificou, durante quase 20 anos, a presença de missões da União Europeia e EUA no continente, tem vindo a provocar uma onda de desespero e recriminação em todo o espectro político situacionista e pró Hegemónico.

A presença militar russa – através do Russian African Corps – em diversos países africanos (Burkina-Faso, Mali, Chade, Líbia, Sudão, Moçambique, República Centro Africana), tem suscitado, da parte dos partidos do centro, centro-direita e direita neoliberal, do espectro político europeu, todo o tipo de recriminações, sendo a última delas, a de que a Rússia está a “alinhar ditaduras” em África. Isto vindo de políticos europeus que estiveram sempre alinhados com o neocolonialismo e com o imperialismo, chega a ser caricato, se não fosse trágico.

Fazer acreditar que a ditadura em África chega, no século XXI, com a chegada da Rússia ao terreno, depois de andarem 500 anos a pilhar, escravizar, ocupar, corromper, condicionar e explorar o continente…. Mostra muito do porquê o Ocidente coletivo não ser capaz de encontrar o seu lugar no mundo.

A incapacidade de EUA/NATO/UE de encontrarem um lugar no mundo multipolar, um mundo que se quer libertar, avidamente, do passado paternalista, neocolonialista e subserviente, em que havia sido colocado, ao longo de 500 anos de história, encontra ecos em acontecimentos recentes em todo o mundo: Em Bratislava, Robert Fico é alvejado com três tiros e está em estado crítico; no Irão falece, em acidente de helicóptero, o presidente e mais 4 altos quadros do estado; na República Democrática do Congo foi tentado um golpe de estado e no Burkina-Faso alguém tentou atacar o palácio presidencial.

A luta pelo controlo dos ativos minerais faz-se ao milímetro, bastião a bastião, mina a mina, concessão a concessão. Entretanto, se a China gastou 19 biliões de dólares, durante 2023, em investimentos mineiros, e a Rússia aprofunda relações com o Senegal, Líbia e outros, os EUA, através da International Development Finance Corporation, apenas investiu 740 milhões de dólares. Percebe-se a renitência. Habituados a obter as minas a preços de saldo ou quase de graça, os países ocidentais confrontam-se, agora, com a necessidade de ter também de pagar. O que é um problema, pois o modelo ocidental é o que referiu a primeira-dama da Serra Leoa, numa entrevista recente. Fatima Maada Bio explicou como o Reino Unido detém todas as minas do seu país e é quem gere a própria rede elétrica do país. Há que garantir que se portam bem.

Mas a Serra Leoa tem eleições, eleições ganhas com a melhor propaganda que as empresas mineiras ocidentais podem comprar. Se exemplo existe para demonstrar que o problema não reside na existência de uma falsa democracia, controlada a partir de Wall Street, mas nas condições de soberania que cada estado tem, efetivamente, para se desenvolver…. É o da Serra Leoa. Vejam lá quem lucra com a tal “democracia ocidental”.

É por estas razões, por perpetrar este tipo de estereótipos e falácias que o Ocidente coletivo continua sem perceber o que lhe está a acontecer e sem entender, porque razão, mais de 500 anos depois da chegada dos Portugueses ao continente africano, os povos africanos se querem libertar. 500 anos de domínio foram suficientes para convencer a maioria de que, com o Ocidente a liderar, o desenvolvimento será sempre uma miragem. E os únicos que não o compreendem são os próprios ocidentais. A criação da Associação de Estados do Sahel é, talvez, a primeira vez que, em África, se definem relações geográficas sem estarem sujeitos ao paternalismo ocidental. Há, portanto, que valorizar esta emancipação.

É neste quadro de emancipação que também em Portugal explodiu a indignação quando os órgãos de soberania recém-empossados, o governo e a direita radical, entraram em colapso nervoso ao descobrirem que uma ex-colónia portuguesa – São Tomé e Príncipe – havia negociado, celebrado e aplicado um acordo militar com a Rússia, sem pedir autorização. Se não pretendiam que fosse pedida autorização, não foi isso que deram a entender com o seu desespero.

Não faltaram recriminações ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e pedidos de explicações, por parte dos sectores mais russófobos – vá-se lá saber porque serão russófobos, à parte de terem passado pela Ivy League – da política portuguesa. Ao ponto de o Presidente da República, talvez pensando que ainda estava nos seus 16 anos (antes da revolução que ditou o fim da guerra colonial e a descolonização), ter referido querer “ver o acordo”.

Portugal, país pequeno do ocidente europeu, mas dos mais russófobos da União Europeia, herança de mais de 40 anos de fascismo – a mais longa ditadura da Europa –, sempre olhou para a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Portugal, Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe), como algo que tem ali à mão, mas que escusa de apanhar, porque nunca fugirá. Uma espécie de visão neocolonial, bem presente nas relações económicas entre os vários países, com exceção do Brasil. O Brasil é um peso pesado, como se sabe.

Atrelado à política externa definida pelos EUA e União Europeia, prescindindo de uma visão internacional soberana e independente, os sucessivos governos nunca conseguiram, quiseram ou optaram, por olhar para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa como o futuro de Portugal, como a sua principal ponte para o mundo, para todo o mundo… Uma ponte construída com o de mais precioso que une os povos, a língua e a cultura.

Para as autoridades portuguesas, a CPLP nunca passou de uma mera porta de saída, entreaberta apenas por razões económicas, sobretudo, ao sabor de interesses bem mais vastos e nem sempre coincidindo com os portugueses. Vejamos o caso do Memorando de Entendimento entre os EUA, e a União Europeia, em apoio ao desenvolvimento do corredor do Lobito, entre Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo. Portugal, o segundo maior exportador para Angola, logo a seguir à China (ao longe), não surge sequer relacionado na documentação que refere a integração deste corredor do Lobito na estratégia europeia por matérias-primas críticas, o Global Gateway. No fórum de lançamento do Global Gateway em Angola, a única presença portuguesa foi a embaixadora da União Europeia em Angola.

Tal como com os seus senhores do centro da Europa, Portugal também falhou sempre em promover alternativas de desenvolvimento que pudessem aproximar os países lusófonos do mundo desenvolvido e, sobretudo, falhou em promover uma cooperação, entre iguais, que retirasse benefícios do enorme mercado à disposição dos povos de língua portuguesa, de todos eles. Um fator de união que ainda hoje constitui um dos principais elos de ligação entre os EUA e o resto do mundo. A língua.

Ao invés, Portugal optou sempre por se virar para norte e contentar-se com a ideia de ser um dia tratado como o são os povos do Norte, tal como os africanos se foram perdendo na ilusão de se desenvolverem através da aproximação ao ocidente, sonho do qual estão, agora, a acordar. Portugal tem caído e continua a cair no mesmo equívoco. Portugal nunca vai assumir qualquer centralidade que não seja alicerçada na sua soberania, independência e numa visão que vire o país para o futuro, para o Sul Global, para o mundo em crescimento, em cooperação, em desenvolvimento. O facto é que, muitos milhões de fundos europeus depois, nem Portugal, nem nenhum país periférico da União Europeia, almejou convergir com os países do norte e centro europeu, quanto aos níveis mais elevados de desenvolvimento. Se nenhum o conseguiu, dezenas de anos depois, centenas de biliões e euros depois, é porque não era suposto consegui-lo. Tal como nenhum africano o conseguiu em 500 anos de domínio ocidental. Há coisas que a própria história se encarrega de demonstrar, apesar de todos os discursos e de todos os floreados.

Foi esta mesma subserviência, que Portugal exige às suas ex-colónias e que a União Europeia exige a Portugal que fez com que um país com 10 milhões de habitantes, com acesso histórico privilegiado a um mercado de 300 milhões de habitantes, com mais de 2 triliões de euros de PIB, não tenha conseguido transformar esse acesso numa vantagem estratégica, até numa perspetiva da sua integração europeia.

Ao invés, Portugal perdeu-se em sonhos adiados, vendo cada vez mais longe a prometida “convergência” europeia. Convergência que nunca mais chega, como nunca mais chega o prometido desenvolvimento aos países africanos, com que acena o Ocidente coletivo, desde que há 500 anos decidiu ir para África salvar almas e levar a civilização.

As relações económicas de Portugal com os países africanos dizem tudo. Portugal importa cerca de metade do valor que exporta, de acordo com os dados do Instituto Nacional de estatística, para os anos de 2018-2022. Já quando apreciada a relação com o Brasil, a situação inverte-se e é Portugal que fica com a Balança desequilibrada. Portugal manda bens manufaturados, com valor acrescentado médio e importa bens de baixo valor acrescentado não transformados. Esta relação demonstra que Portugal tem feito muito pouco para ajudar estes países no seu desenvolvimento, nomeadamente através das transferências tecnológicas. Angola tem muito petróleo, não o refina, Portugal não tem petróleo, mas sabe refiná-lo. Um e outro estão nas mãos de interesses estrangeiros. Um pequeno exemplo.

Daí que, não possa admirar a ninguém, esta relação entre São Tomé e Príncipe e a Rússia, que também se antevê na Guiné-Bissau e em Moçambique. É, uma vez mais, a história quem explica esta relação, pois não foi senão a URSS que apoiou os movimentos de libertação que combateram contra o governo colonial português, enquanto os EUA e outros países europeus apoiavam o ignominioso apartheid. Foi com armas e tropas soviéticas e cubanas, que se derrotou a África do Sul, na batalha do Cuito Cuanavale, que se tornou o início do fim daquele regime genocida. Hoje, quando olham para a ameaça terrorista, os países africanos olham para o Sahel e detetam o óbvio: 20 anos de “apoio” na luta contra o terrorismo, pelos países ocidentais (França, EUA, Reino Unido), e os terroristas eram cada vez mais. Até que chegaram os russos. Aí, a história já foi outra. Tal como na Síria.

Esta situação é sintomática da falência de toda uma política externa que dizia querer fazer “pontes” com o mundo. Tal como todo o Ocidente coletivo, também Portugal não soube preservar a sua relação privilegiada com África. Quando os governantes portugueses assistiram ao acordar dos países africanos, à sua aproximação aos BRICS, à sua recusa em aplicar sanções à Rússia, o que fizeram? Tentaram compreender? Tentaram perceber por que razão, estes países perderam a fé no Ocidente? Nunca! Apenas recriminaram e destacaram-se claramente da tendência geral.

Portugal afastou-se dos seus para se juntar aos outros. Aos que lhe pagaram para destruir a indústria, agricultura e pescas de que necessitava para ser uma mais-valia na CPLP. Hoje, 80% dos postos de trabalho criados são de baixa qualificação, baixo salário, e Portugal tem muito pouco a oferecer a África e ao Brasil, que outros não possam oferecer. Como se viu no caso do Global Gateway em Angola, as potências europeias não necessitam do envolvimento de Portugal para relançar os seus acessos e as suas redes.

Este acordo entre a Rússia e São Tomé e Príncipe representa, sobretudo, a incapacidade portuguesa em ver futuro para além dos decadentes e cada vez mais fascizantes NATO/UE/EUA. Representa a falência em ver no Brasil e nos restantes países africanos de língua portuguesa um mercado comum enorme, uma fonte de industrialização, cooperação, numa estratégia em que todos ganham: uns porque vendem, outros porque compram, outros porque produzem, outros porque trocam. A CPLP era a ponte dos países lusófonos para o mundo. Para todo o mundo.

Portugal falhou, como falha a União Europeia, como falham os EUA, em ver, no mundo multipolar, um mundo sem nações indispensáveis, o seu futuro, o nosso futuro. Não se admirem, portanto, que a Rússia, a China, o Irão ou mesmo a India continuem a expandir-se em África, nesta segunda leva da descolonização. Na primeira, a URSS ajudou a obter a liberdade, na segunda, é a Rússia quem vem colher os frutos de todo esse soft power, incrustado na história humana a letras de ouro. Enquanto uns quiseram perpetrar a colonização, outros ajudaram, em momentos-chave, a combatê-la.

E, por muito que doa ao Ocidente, é a Rússia quem está, agora, em condições de recolher o resultado de um investimento que os blocos imperialistas não quiseram, não puderam, nem estavam preparados para desenvolver. Não estava, simplesmente, na sua natureza.

Fonte aqui.


7 pensamentos sobre “A Rússia ganha pontos entre as ex-colónias portuguesas

  1. A Europa está agora totalmente vassalizada. Os BRICS não querem seguir este caminho.

    Desde dezembro, a Rússia e a China não negoceiam em dólares, ou negoceiam apenas uma pequena fracção. A China viu a utilização da sua moeda em reservas disparar nos últimos meses… e está a caminho de se tornar a 5ª maior moeda comercial. Outros países, incluindo a Venezuela, juntar-se-ão aos Brics+ no próximo ano. O dólar já não é utilizado a 60%, mas a cerca de 55%. A Rússia está a desenvolver as suas relações com vários países africanos, para a Europa encolher economicamente.

    No que se refere ao FMI, li críticas às taxas de juro oferecidas aos países africanos, que são muito mais elevadas do que outras, uma vez que são os que mais precisam de dinheiro e têm mais dificuldade em produzi-lo e, por conseguinte, em reembolsá-lo, o que aumenta a sua dívida, pelo que o FMI está a oferecer uma maçã envenenada.

    O que dizem que é economicamente normal no caso de um empréstimo, que se destina a ser reembolsado. Quanto mais instável e empobrecido for o país, mais arriscado é o empréstimo e mais elevados são os juros. Os países africanos estão, portanto, a recorrer à alternativa dos empréstimos chineses, russos ou, mais recentemente, indianos.

    Ninguém nos Brics está a tentar derrubar o Ocidente…Sabemos que a Rússia e a China têm líderes demasiado inteligentes para o quererem fazer (os outros membros também o fazem, mas, além disso, não o poderiam fazer). Tanto a Rússia como a China sabem que forçar a desdolarização nas condições actuais teria consequências desastrosas para a economia mundial e, portanto, também para eles. Mas, mais do que isso, a China, ao mesmo tempo que prepara as condições para essa eventual mudança, se o papel do dólar e as sanções que ele permite se tornarem um travão importante ao seu desenvolvimento, diz que não faz disso um objetivo. Os Brics nunca deixaram de repetir que o mundo já não deve ser visto em termos de hegemonia dos mais poderosos, mas em termos de partilha equitativa e de direito ao desenvolvimento para todos. Isto é difícil de imaginar e de acreditar para os ocidentais, que durante séculos travaram batalhas sangrentas com os outros e entre si para conquistar uma posição dominante que lhes permitisse subjugar os seus concorrentes. Basta ver como os Estados Unidos se impõem à Europa, sem qualquer consideração pela sua economia ou pela sua estabilidade política e social.

    Desde 2020, a produção industrial anual da China ultrapassou os 11 000 mil milhões de dólares, ao passo que a produção industrial total dos Estados Unidos, da Índia, do Japão, da Alemanha, do Brasil e do Canadá combinados é de apenas 11 000 mil milhões de dólares.

  2. Geopolítica. Negócios.
    Na década de 70 do século passado, estava em marcha a Détente entre a URSS e os USA.
    Encontros entre Brejnev, Nixon, Ford, … SALT-1, SALT-2, …
    Em 1974 as áreas estavam definidas, daí que os militares do 25A não procuraram a Independência Nacional, nem os soviéticos estavam interessados em subsidiar outra Cuba.
    Ou seja, os políticos portugueses, sejam eles quem forem, dirão o que os seus donos lhes mandarem dizer, sejam eles Kissinger, ou Suslov.
    Agora, os que recebem a ajuda chinesa, vão pagar como?
    Se não têm dinheiro, lá terá que ser em géneros.

    https://vz.ru/economy/2024/4/23/1264620.html

    (O último parágrafo do extracto não se aplica a Portugal, caso das auto-estradas.)
    “…
    Como resultado, o primeiro contrato comercial foi assinado apenas em 2014 para o Poder da Sibéria, depois aconteceu um contrato para a rota do Extremo Oriente, e o projecto do gasoduto Altai foi substituído pelo Poder da Sibéria 2, transitando pela Mongólia. As negociações sobre o projecto mais recente estão em andamento.
    Porque é que a Rússia e a China não conseguiram chegar a acordo sobre o gás antes do Turquemenistão? “Em primeiro lugar, até recentemente o mercado europeu era considerado o principal mercado para a Rússia. Em segundo lugar, a China é auto-suficiente na sua própria produção há bastante tempo e só se tornou importador líquido de gás em 2006. Em terceiro lugar, o Turquemenistão encontrou-se numa situação difícil e concordou com as duras condições da China”, explica o especialista do FNEB.
    Após o colapso da URSS, o Turcomenistão vendeu seu gás para a Rússia, que, na verdade, não precisava dele, pois tinha produção própria. “Portanto, o Turquemenistão procurava, em primeiro lugar, uma oportunidade para diversificar os seus mercados de vendas e, em segundo lugar, investimentos no desenvolvimento de campos e na produção de gás”, afirma o especialista do FNEB.
    Como resultado, quando a China precisava de gás adicional, o Turquemenistão estava apenas à procura de um novo mercado de vendas em vez da Rússia, onde começaram os problemas.
    O especialista relembra a história da explosão de um gasoduto que vai do Turcomenistão à Rússia. “Depois houve acusações contra a Gazprom de que supostamente ela fechou a válvula e provocou deliberadamente um acidente (pressão excessiva nos encanamentos) para que a recusa em comprar gás turcomano fosse um caso de força maior. E então a Gazprom ficou muito tempo sem consertar o gasoduto, para não voltar a comprar gás turcomano”, diz Yushkov.
    Sob tais condições, Ashgabat foi forçado a concordar com as duras condições da China.
    “A China concedeu um empréstimo para o desenvolvimento de campos de gás no Turquemenistão e para a construção de um gasoduto. Eventualmente
    Durante muitos anos, Ashgabat reembolsou o empréstimo chinês através do fornecimento de gás e recebeu muito pouco dinheiro. O contrato estipulava um preço do gás bastante favorável para a China.
    E as empresas chinesas receberam o direito exclusivo de desenvolver depósitos e, em geral, direitos bastante amplos”, afirma o interlocutor.
    Assim, o Turquemenistão foi o primeiro a fornecer gás à China porque simplesmente concordou com as duras condições da China, com as quais a Rússia não concordou.
    No entanto, agora o gás turcomano tornou-se um sério concorrente do combustível da Gazprom no mercado chinês. “O baixo preço do gás turcomano ainda nos impede de assinar o contrato para o Power of Siberia 2.” Em grande parte devido à presença de gás da Ásia Central no oeste da China, tivemos que mudar a rota – em vez do gasoduto direto de Altai, apareceu uma rota de trânsito através da Mongólia”, diz Yushkov.
    O facto é que o gás através do Altai chega àquela parte da China onde já chega o gás turcomano barato. E isto tornou-se um forte argumento para Pequim, que queria obter o mesmo preço baixo para o gás russo. Portanto, tivemos que mudar a rota. Na verdade, foi possível chegar a acordo principalmente sobre o “Poder da Sibéria”, em parte porque o gás através deste gasoduto chega àquela parte da China onde não há gás turcomano ou terminais de GNL próximos, mas o gás é necessário para aquecimento.
    A China continua a usar o gás turcomano como ferramenta de pressão sobre a Gazprom, acredita Yushkov. O anúncio de Ashgabat e Pequim, em Janeiro de 2023, de que iriam construir a quarta linha do gasoduto para a China, na sua opinião, pode ter sido feito precisamente para esse fim. No mínimo, nenhuma acção prática foi tomada nesse sentido.
    “É estranho construir uma quarta coluna do gasoduto se as três primeiras colunas do gasoduto nunca foram carregadas em plena capacidade. O Turquemenistão é geralmente um país fechado e há dúvidas de que tenha realmente uma base de recursos tão grande como afirma a liderança do país.
    …” (tradução automática).

  3. É o efeito de os ter mantido na generalidade, incultos e sem acesso à uma formação de qualidade, assim broncos, o resultado jamais poderia ser outro, nenhuma surpresa portanto!

  4. Se calhar é o efeito de não ter sido a Rússia a andar por lá a caçar escravos nem, na guerra, a queimar aldeias, violar e matar mulheres e crianças.
    E a criar por lá jaguncos do seu próprio povo, género, Marcelino da Mata, que se gabava que não entregava ninguém a PIDE. Limitavasse a cortar lhes os tomates e deixa Los esvair em sangue.
    Tens razão, nenhuma surpresa portanto.

  5. EU VOTE NULO com esta frase; A Europa é guerra, contra a guerra inter-imperialista, não ao genocídio do povo palestiniano!

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